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Este blog foi criado segundo orientações da professora de Ensino de Geografia e Estagio de vivência docente da Universidade Estadual de Londrina, com o intuito de publicar os trabalhos realizados durante as aulas.

quarta-feira, 26 de março de 2008

RESENHA DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são as orientações básicas de objetivos a alcançar em cada disciplina no ensino básico brasileiro. É aquilo que obrigatoriamente precisa ser levado em conta nas escolas de todo o país. São as bases que orientam as escolas com relação ao que fazer, no cotidiano.

O aprendizado desse método pode ser percebido naturalmente pelo aluno, por meio dos temas e conteúdos. Ser, sem dúvida alguma, necessário para que o aluno se familiarize com as novas terminologias e categorias analíticas. Para isso o professor pode se comportar didaticamente, valorizando a realidade concreta do aluno. Para começar a trabalhar espaço, território, paisagem e lugar como categorias imprescindíveis para a explicação e compreensão na analise geográfica, deve-se instigar o aluno a querer saber como o olhar geográfico pode contribuir para ajudar a desvendar a natureza dos lugares e do mundo como habitat do homem.

O estudo de Geografia possibilita aos alunos a compreensão de sua posição no conjunto das relações da sociedade com a natureza; como e por que suas ações, individuais ou coletivas, em relação aos valores humanos ou á natureza.

Os conteúdos propostos para a geografia e meio ambiente começam da análise de problemas ambientais, envolvendo questões políticas, históricas, econômicas, ecológicas, geográficas, enfim, envolvendo processos variados, portanto, não seria possível compreendê-los pelo olhar de uma única ciência.

O tema Sociedade e Meio Ambiente é o que sugere maior aproximação, pois, ao tratar de formação socioespacial dos novos territórios e temporalidade do mundo, aborda-se de forma ampla os processos que geram uma determinada ocupação do solo, as demandas por recursos naturais, o crescimento populacional e a urbanização, entre outros.

O estudo mais detalhado das grandes questões do Meio Ambiente (poluição, desmatamento, limites para uso dos recursos naturais, sustentabilidade, desperdício), permitem o trabalho com a espacialização dos fenômenos geográficos por meio da cartografia.

Permite também, o trabalho com as estatísticas, base de dados, leitura e interpretação de gráficos que são importantes nos estudos comparativos, nas simulações e na idéia inicial sobre planejamento que os alunos podem ter. Ainda como conteúdo procedimental, trabalhar com a formulação de hipóteses, produção de gráficos e mapas, coleta, organização e interpretação de dados estatísticos, prática da argumentação etc. Desse modo, parecem evidentes as possibilidades de a Geografia integrar-se ao tema Meio Ambiente. Convém chamar a atenção para o seguinte ponto: as questões ambientais também irão se constituir nos contextos significativos a partir dos quais serão desenvolvidos

conceitos e procedimentos geográficos.

Os desertos, os domínios polares, as florestas tropicais, assim como

a relação da fauna com o mosaico vegetacional das paisagens e seus ecossistemas, vulcanismo e terremotos, com suas conseqüências muitas vezes catastróficas para a sociedade, poderão ser explorados como detonador de uma discussão dos processos que originaram as diferentes formas do relevo.

Distinguir as grandes unidades de paisagem em seus diferentes graus de humanização da natureza, inclusive a dinâmica de suas fronteiras, sejam elas naturais ou históricas, a exemplos das grandes paisagens naturais.

Reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidado com o meio em que vivem, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se devem ter na preservação e na conservação da natureza.

À medida que o aluno compreende as leis que regulam a dinâmica do tempo atmosférico, a sucessão das estações do ano e dos climas, estará também, em condições de compreender suas relações com as diferentes paisagens vegetais e a zonalidade dos tipos de solos, assim como a organização das bacias hidrográficas e o regime dos seus rios.

Pode-se sugerir um trabalho com a sociodiversidade e com o modo como diferentes segmentos sociais convivem com as florestas tropicais.

Da cidade para o campo pode-se estudar como o ambiente vem sendo afetado pelos diferentes modos de produzir campo.

Compreender a paisagem, enfocando o tema da água, remete, necessariamente, ao estudo de como estruturar a vida humana em relação a esse recurso, como cuidar dos mananciais, o que fazer da capacidade natural de preservação, comprometendo-a com a poluição, ou a impermeabilização dos solos, como representar a espacialização desse recurso etc.

O funcionamento da natureza e suas determinações na vida dos homens devem ser estudados também pela Geografia não apenas como processos, mas como esses processos foram apropriados pelas sociedades.

Pode também ampliar essa discussão propondo análises de problemáticas globais relacionadas á sociedade industrial, tais como o aquecimento global da atmosfera, as chuvas ácidas , a morte de nossos rios, o desmonte do relevo na paisagem urbana, as grandes concentrações populacionais nas grandes cidades e metrópoles, a interdependência das indústrias, a terceirização da produção etc.

Os modelos de desenvolvimento implantados no país resultaram em desigualdades profundas, com deterioração da qualidade de vida e degradação ambiental.

Quando tratar da morte dos rios, o professor pode aprofundar e tematizar por que os rios morrem, quais processos naturais estão sendo comprometidos.

O estudo do desmatamento, seja na Amazônia ou na Atlântica, oferece amplas possibilidade de recortes para compreender a ação dos diferentes grupos de atuação nas florestas tropicais.

Os problemas ambientais brasileiros são uma herança de um tipo de progresso criado pela era industrial, que os alunos podem compreender e explicar, identificando espaço de ruptura ou completa adesão ao modelo de progresso adotado no Brasil.

Abaixo há outros conteúdos dentro desse tema Geografia e Meio Ambiente que devem ser abordados:

- Planeta Terra;

- como o relevo se forma: os diferentes tipos de relevo;

- litosfera e movimentos tectônicos: existem terremotos no

Brasil?

- as formas de relevo, os solos e sua ocupação urbana e rural;

- erosão e desertificação morte dos solos;

- as águas e o clima;

- águas e terras no Brasil;

- circulação atmosférica e estações do ano;

- clima do Brasil: como os diferentes tipos de clima afetam as diferentes regiões;

- o clima no cotidiano das pessoas;

- as cidades e as alterações climáticas;

- as florestas e sua interação com o clima;

- previsão do tempo e clima;

- como conhecer a vegetação brasileira: a megadiversidade do

mundo tropical;

- florestas tropicais: como funcionam essas centrais energéticas;

- cerrados e interações com o solos e o relevo;

- estudando e compreendendo as caatingas;

-as reservas extrativistas e o desenvolvimento sustentável;

-o lixo nas cidades: do consumismo à poluição;

- poluição ambiental e modo de vida urbano;

- poluição ambiental e modo de produzir no campo;

- industrialização, degradação do ambiente e modo de vida;

- problemas ambientais que atingem todo o planeta (o efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e a chuva ácida);

-plantar sem degradar: outras formas de produzir no campo;

-modo de vida urbano e qualidade de vida;

-áreas protegidas e espaços livres urbanos;

- o turismo e a degradação do ambiente;

- conservação ambiental, cidadania e pluralidade cultural;

- conhecer a natureza e respeitar suas leis próprias: produzir sem

degradar;

- pluralidade cultural e etnociência;

- urbanização e degradação ambiental.

O professor poderá se comportar didaticamente, valorizando a realidade concreta do aluno. Para começar a trabalhar espaço, território, paisagem e lugar como categorias imprescindíveis para a explicação e compreensão da análise geográfica, deverá instigar o aluno a querer saber como o olhar geográfico poderá contribuir para ajudar a desvendar a natureza dos lugares e do mundo como habitat do homem.

Quando o professor entra em uma sala de aula, muito são os desafios que se apresentam a ele, o que exigirá do professor uma atitude de mediador nas interações educativas com seus alunos.

Essas considerações metodológicas e didáticas de caráter mais geral, que podem ser consideradas válidas para qualquer área do ensino e da aprendizagem têm a função de anunciar uma metodologia especifica para o ensino de geografia.

O professor pode planejar situações considerando a própria leitura da paisagem, a observação e a descrição, a explicação e a interação, a territorialidade e a extensão, a análise e o trabalho com a pesquisa e a representação cartográfica.

A abordagem dos conteúdos da Geografia pode colocar-se na perspectiva da leitura da paisagem, o que permite aos alunos conhecer os processos de construção do espaço Geográfico.

Ao se introduzir a leitura da paisagem, a comparação das diferentes leituras de um mesmo objeto é muito importante, pois permite o conforto de idéias, interesses, valores socioculturais, estéticos, econômicos, enfim, das diferentes interpretações existentes e a constatação das intencionalidades e limitações daquele que observa.

A leitura da paisagem mediante a identificação de suas estruturas auxilia também a perceber que muitos problemas enfrentados no bairro, na cidade no município e em outras paisagens são resultados de ações.

A descrição também é fundamental, porque a paisagem não é experimental, e sim visual.

Como uma ciência social, porém com especificidade de trabalhar a sociedade e a natureza, a análise torna-se complexa, pois deve explicar como dois conjuntos de elementos interagem sem deixar de lembrar que tanto a natureza como a sociedade guardam níveis de interações que lhes são especificas internamente.

O princípio da territorialidade dos fenômenos geográficos, definidos pelos processos de apropriação da natureza pela sociedade, garante a possibilidade de se estabelecerem os limites e as fronteiras desses fenômenos, sua extensão e tendências espaciais.

Assim sendo, é preciso reconhecer a singularidade e a especificidade dos lugares nos processos de sua globalização em nível mundial, permitindo o professor abordar, simultaneamente, dois eixos: a leitura e a produção da linguagem gráfica.

O professor pode também considerar as idéias diferentes e formar representação a partir da percepção que seus alunos têm sobre a representação do espaço.

terminologias empregadas:

-Conservação e cidadania;

-Indústria;

-Degradação ambiental;

-Ecoturismo;

-Urbanização;

-Questão ambiental;

-Pluralidade cultura;

-Conservação da natureza;

-Degradação;

-Domínios morfoclimáticos;

-Monocultura;

-Pecuária;

-Os grandes domínios de vegetação;

-Reflorestamento;

-Homogeneização florestal;

-Práticas agrícolas;

-Fronteiras agropecuárias;

-Desmatamento;

-Exploração de recursos minerais;

-Legislação ambiental brasileira;

-Agenda 21;

-Protocolo de Kyoto;

-Políticas e estratégias internacionais;

-Desenvolvimento sustentável;

-Movimento ambientalista;

-Movimento de luta pela terra;

-Ambientalismo;

-Organizações não-governamentais;

-Objetivos e campos de atuação;

-Soberania nacional.

A produção acadêmica em torno da concepção de Geografia passou por diferentes momentos, gerando reflexões distintas acerca dos objetos e métodos do pensar e fazer geográfico.

Num segundo momento, a Geografia marcou o ensino pela criação do curso superior paralelamente á fundação da faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo e do Departamento de Geografia em 1934.

Para La Blache os conceitos de lugar, paisagem e região, como territorialidade, se sobrepunham.

Fazer Geografia era explicar a diversidade regional do mundo como território, como a pretensão de encontrar alguns princípios gerais que explicassem sua diversidade regional.

A tendência lablachiana da Geografia e as correntes que dela se desdobraram mais tarde, a partir dos anos 60, passaram a ser chamadas de Geografia tradicional, onde os métodos e as teorias tornaram –se insuficientes para apreender a complexidade do espaço.

A partir dos anos 60, sob influência das teorias marxistas, surge uma tendência crítica à Geografia Tradicional, cujo centro de preocupações passa a ser as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza na produção e apropriação dos lugares e territórios. Essa Geografia se convencionou chamar de Crítica.

Tanto a Geografia Tradicional como a Geografia Marxista militante negligenciaram a dimensão sensível de perceber o mundo: o cientificismo positivista da Geografia Tradicional, por negar ao homem a possibilidade de um conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginário.

Assim, falar imaginário em Geografia é procurar compreender os espaços subjetivos, os mapas mentais que se constroem para orientar as pessoas no mundo.

Se o marxismo possibilita compreender a maneira como a sociedade se organiza em torno das atividades básicas da produção e reprodução da vida material e mesmo de aspectos não-materiais como linguagem, as crenças, a estrutura das relações e as instituições, provocaram a produção de inúmeras propostas didáticas, descartadas a cada inovação conceitual.

As propostas pedagógicas separam a Geografia Humana da Geografia da Natureza em relação aquilo que deve ser apreendido como conteúdo específico.

A Geografia é uma área de conhecimento comprometida em tornar o mundo compreensível para os alunos, explicável e passível de transformações.

Nesse sentido, a análise da paisagem deve focar as dinâmicas de suas transformações, e não simplesmente a descrição e o estudo de um mundo aparentemente estático. O espaço considerado como território e lugar é historicamente pelo homem, á medida que organiza economicamente e socialmente sua sociedade.

Para professores de geografia é fundamental reconhecer a diferenciação entre a categoria território e o conceito de territorialidade. A categoria paisagem, porém, tem um caráter específico para a Geografia, distinto daquele utilizado pelo senso comum ou por outros campos do conhecimento. Ela está relacionada á categoria lugar, tanto na visão da Geografia Tradicional quanto nas novas abordagens.

Finalizando, são várias as correntes e abordagens que podem ser utilizadas no meio didático, seja puramente descritiva, seja relacionando homem e natureza, através de dados matemáticos, história, enfim, a melhor maneira de se ensinar Geografia é unindo as diferentes vertentes e mostrando as diferentes maneiras de se estudar um determinado objeto.