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Este blog foi criado segundo orientações da professora de Ensino de Geografia e Estagio de vivência docente da Universidade Estadual de Londrina, com o intuito de publicar os trabalhos realizados durante as aulas.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

COMO UTILIZAR O PORTIFÓLIO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

INTRODUÇÃO

O trabalho proposto pela Professora Doutora Rosely Sampaio Archela da Universidade Estadual de Londrina (UEL), tem como objetivo pesquisar sobre como utilizar o portifólio no ensino de geografia.

Alguns autores tentam explicar a importância de construir um blog, uma página na internet onde se podem postar textos, imagens, fotografias, trabalhos, pesquisas e etc.

Os blogs são criados com fins acadêmicos para troca de informações entre pesquisadores e futuros professores, sendo o portifólio um instrumento novo e inovador no modo de se fazer o ensino.

Abordarei neste texto o que é exatamente um portifólio, algumas formas de utilização, formas de avaliação e como ele pode contribuir para a vida acadêmica de um aluno ou futuro professor.

Como utilizar o portifólio no ensino de Geografia

O portifólio pode ser definido como um conjunto coerente de documentação refletidamente selecionada, significativamente comentada e sistematicamente organizada e contextualizada no tempo, reveladora do percurso profissional.

O portfólio consiste, na sua essência, de uma pasta individual, onde são colecionados os trabalhos realizados pelo aluno, no decorrer dos seus estudos de uma disciplina, de um curso, ou mesmo durante alguns anos, como ao longo de um ciclo de estudos. É um local para colecionar todos os passos percorridos pelo aluno ao longo da trajetória de sua aprendizagem.

A coletânea de trabalhos, provas e exercícios contidos na pasta individual, permite construir, entre outras coisas, o perfil acadêmico do aluno, refletindo o ritmo e a direção de seu crescimento, os temas de seu interesse, suas dificuldades e o potencial a ser desenvolvido.

Além de sua própria produção acadêmica, o aluno é incentivado a colecionar, no portfólio o registro de suas reflexões e impressões sobre a disciplina ou curso, opiniões, dúvidas, dificuldades, reações aos conteúdos e aos textos indicados, às técnicas de ensino, sentimentos, situações vividas nas relações interpessoais e outros aspectos.

No momento devido, todo esse material colecionado poderá oferecer subsídios para a avaliação do aluno, do professor, dos conteúdos e das metodologias de ensino, assim como para estimar o impacto da disciplina, curso ou programa educacional.

O portifólio pode ser usado também como forma de avaliação à distância, isso ocorre exatamente por conta de seu caráter de individualização, um ponto positivo desse método é que com sua adoção o professor pode efetuar uma avaliação continuada.

Essa concepção de portfólio vai ao encontro do movimento dentro da Educação denominado de pesquisa-ação.

Segundo essa nova forma de pesquisar, a pesquisa-ação serve para formular estratégias de ação; desenvolver essas estratégias e avaliar sua eficiência; ampliar a compreensão da nova situação e proceder aos mesmos passos para a nova situação prática.

A pesquisa-ação vai ao encontro à construção do conhecimento em Educação enraizado na prática do cotidiano do professor, sendo uma teoria muito propícia para a formação do professor reflexivo, sempre preocupado com o cotidiano o qual está envolvido – o educacional.

O portifólio deve ser trabalhado corretamente, deve haver um padrão para que todos possam usufruir das pesquisas e trocar informações que é o principal objetivo do portifólio. Trocar informações entre os pesquisadores e a todos que queiram ter acesso àquele conteúdo.

Primeiro, no caso de utilizar o portifólio para avaliação em escola, é necessário estabelecer regras e padrões para que todos os blogs fiquem mais ou menos parecidos quanto a sua estrutura, para facilitar o acesso ao conteúdo.

Posteriormente é necessário estabelecer um tema para que os alunos pesquisem e discutam, pois esse diálogo evidencia a busca por diversas visões sobre um mesmo tema, enriquecendo o leitor.

Por último deve-se avaliar os trabalhos segundo a estrutura do blog e o conteúdo do trabalho.

[...] A avaliação deve contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem, por conseguinte deve ser praticada para investigar e indicar ao aluno e ao professor o que foi aprendido, o que faltou aprender e o que precisa ser alterado.

O aluno deve ser agente da sua própria aprendizagem, necessitando de feedback da avaliação. Portanto a avaliação não deverá ser unidirecional, onde só o aluno é avaliado. O aluno deverá ter um papel mais ativo no processo, deverá se auto-avaliar, avaliar o trabalho pedagógico e a atuação do professor.

Verifica-se que o uso do portfólio tem contribuído para a avaliação formativa, pois é um procedimento que faz uso da auto-avaliação de forma mais ampla. O uso do portfólio oportuniza aos estudantes fazerem uma reflexão sobre suas experiências, mantendo amostras de seus trabalhos. Este pode ser organizado de duas maneiras: na forma analógica (papel impresso) e na forma digital (Portfólio Eletrônico). (MACIEL;COSTA;SILVA.2002).

Muitos alunos apesar da dificuldade inicial de organizar e estruturar o portfólio, reconhecem-no como importante instrumento reflexivo, não só para o professor avaliar o aluno, mas, principalmente, para a formação do aluno. Muitos retomam o tema trabalhado no Portfólio em seus Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs), caracterizando seu papel de destaque no amadurecimento reflexivo no contexto escolar e proporcionando uma discussão mais aprofundada nos trabalhos de encerramento de curso, pautados acima de tudo no cotidiano de cada professor pesquisador.

No caso da Geografia, o portifoloio além da importância para o registro de todos os trabalhos criados pelo aluno e pelos seus colegas, ainda contribui para uma visualização diferenciada sobre diversos temas, e a possibilidade de se fazer comentários e postar imagens enriquece ainda mais o trabalho.

O curso de Geografia consiste em muitos trabalhos de campo, sendo essa uma característica que vêm lá da Geografia Tradicional e permanece até hoje como um dos principais meios de se estudar diversos temas, e o portifólio contribui muito para o trabalho de campo para àqueles que não podem ir ao campo real, mas que podem ter acesso a esse a partir do campo virtual, sem sair de casa, enriquecendo esse aluno, podendo acessar diversos lugares em menor tempo.

O aluno pode pesquisar sobre diversos lugares e diversos temas em diversos enfoques, ver a paisagem através de imagens ou fotografias digitais e aprender sobre o lugar sem sair de casa, acessando aquele conteúdo sempre que precisar.

Essa é uma das contribuições mais marcantes do portifólio para a Geografia

CONCLUSÃO

O portifólio é mais um instrumento que pode ser utilizado para avaliação e registro de todas as atividades realizadas pelos alunos durante sua vida acadêmica, onde ele poderá, sempre que desejar, ter acesso aos mais diversos conteúdos, de qualquer língua, em qualquer parte do planeta. Em especial na Geografia, esse aluno pode ter acesso a diferentes estudos de paisagens, processos, fenômenos e trabalhos de campo sem sair de casa, e ainda fazer links ou salvar os trabalhos para sempre ter acesso quando quiser.

O portifolio é um instrumento novo e que pode contribuir muito para o aprendizado e o ensino, desde que se tenha um controle e um padrão a ser seguido para não ficar confuso.

Para os professores, é uma forma muito boa para avaliar seus alunos e conhecer a realidade de cada um, a forma de expor as idéias, de pensar, de agir, além de poder rever alguns trabalhos sempre que desejar.

Enfim, o portifólio no ensino de Geografia pode ser utilizado para diversos fins, seja pesquisas, textos, trabalhos, ou qualquer outra forma de estudo.

Professores atuais e futuros professores podem utilizar esse instrumento no seu exercício de docência, pois é inovador e pode muito contribuir para troca de informações, organização de conteúdos, avaliação, e na sua atuação como profissional.

BIBLIOGRAFIA

MACIEL, Cristiano; COSTA, Renata; SILVA, Rodrigo Leite da. Critérios de Avaliação para Portfólios Eletrônicos. Internacional Conference on Engineering and Technology Education - INTERTECH. Santos, SP. Anais em CD-ROM. IEEE. 17 a 20/03/2002.

MOULIN, N. Utilização do Portfólio na Avaliação do Ensino a Distância

PERNIGOTTI, J., SAENGER, L. O portfólio pode muito mais do que uma prova. Pátio. Ano 3 n† 12, fev/abr., 2000, 54-56.

http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=112&sid=122&UserActiveTemplate=4abed

VIEIRA, V, M de O.Portfólio: uma proposta de avaliação como reconstrução do processo de aprendizagem. Psicol. esc. educ. v.6 n.2 Campinas dez. 2002


segunda-feira, 12 de maio de 2008

PLANO DE AULA SIMULADA

1. Identificação

Data da aula: 25/06/2008

Série: 8ª

Tema: África: Paisagens Naturais, relevo e hidrografia, vulcões, clima e vegetação, desertos africanos e oásis.

2. Objetivos

O objetivo é fazer o aluno conhecer um pouco mais sobre as paisagens naturais da África, conhecendo sua localização, as formas de relevo, a hidrografia, os lagos, principais vulcões, os tipos de clima e cada região africana e a conseqüente vegetação, os desertos do Saara os Oásis.Enfim, uma aula mostrando as características gerais da paisagem africana, e que um pouco de conhecimento seja transmitido para eles.

3. Conteúdo

ÁFRICA: PAISAGENS NATURAIS.

A África é o terceiro maior continente em extensão, 75% de seu território esta localizado na parte intertropical do globo, ou seja, entre o tropico de Câncer, ao norte, e pelo trópico de Capricórnio, ao Sul.

É o continente mais tropical o mundo, apresentando temperaturas elevadas. É cortado pela linha do Equador em sua parte central ficando com terras igualmente distribuídas pelos hemisférios norte e sul. No lado Ocidental, é atravessado pelo meridiano de Greenwich e banhado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, ao sul pelos oceanos Indico e Atlântico e a leste pelo mar Vermelho e Oceano Indico e a oeste pelo Atlântico.

Relevo e Hidrografia.

O continente é um grande planalto, formado em sua maior parte por rochas antigas, com altitude media de 700 metros. Há planícies em geral litorâneas ou fluviais.

O continente pode ser dividido em norte-ocidental, de formas mais baixas, e sul-oriental, de topografia mais elevada.

As terras altas africanas chegam até perto do mar, onde formam paredões abruptos que caem para as estreitas planícies costeiras. Essa característica aparece na parte sudoeste do continente e constitui obstáculo à penetração do interior, dificuldade que os europeus vivenciaram no século XIX.

Elevações importantes são o planalto da Etiópia e o planalto dos grandes lagos, situados no lado oriental do continente. Alem dos planaltos, o relevo africano apresenta extensas áreas de depressões onde se instalam os desertos continentais.

Há 2 cadeias de montanhas principais:

- Cadeia do Atlas: se localiza no noroeste africano, com elevações de 4000 metros de altura.

- Cadeia do Drakensberg: Situada no extremo sul alcançam cerca de 3000 metros.

A hidrografia é formada por poucos rios e lagos, o mais importante é o rio Nilo, que nasce no lago vitória e corre para o norte, desaguando no Mar Mediterrâneo. O Egito e o Sudão dependem quase inteiramente desse rio.

O Congo atravessa duas vezes a linha do Equador desembocando no Oceano Atlântico, a oeste do continente.

O Níger deságua no Golfo da Guiné. Na parte Sul, o Zambeze e o Limpopo desembocam no oceano Indico, e o Orange, no oceano Atlântico.

Em conseqüência do relevo, os grandes rios africanos são de planalto, por isso formam series de cachoeiras. Inclui também numerosos lagos de grande superfície como o Vitória.

Vulcões

Quando ocorreram os grandes dobramentos responsáveis pelas atuais cadeias de montanhas jovens do mundo, os maciços de rochas antigas da África foram muito atingidos, pois sofreram grandes pressões. Devido a essas pressões, as rochas da parte leste do continente foram fraturadas, alguns bloco se elevaram e outros afundaram. S blocos elevado deram origem a altas montanhas e planaltos. Os que afundaram fizeram surgir grandes fossas tectônicas. Sobre essas fossas, o acumulo de água acabou formando grande lagos como o Vitória, localizado na Tanzânia..

Ao mesmo tempo, as fraturas ocorridas na crosta terrestre fizeram o magma subir, dando origem a muitos vulcões , como o Quilimanjaro localizado no norte da Tanzânia, atingindo 6000 metros de altitude, e o Quênia com mais de 5000 metros de altitude.

Existe um extenso e alongado vale de aprofundamento, o Grand Rift Valley, formado por fraturas.

Os derrames de lava deram origem a rochas vulcânicas. A porção oriental apresenta grandes altitudes representadas por planaltos, montanhas e vulcões.

Clima e Vegetação

Há grande diversidade de tipos climáticos que condicionam formações vegetais também variadas.

Os climas se dividem em:

-Clima equatorial

-Clima tropical, com variações tropical úmido, tropical semi-úmido e tropical de altitude.

-Clima mediterrâneo

-Climas árido e semi-árido.

Clima Equatorial: ocorre na parte central e oeste da faixa equatorial. A temperatura media anual ultrapassa 25˚C. As chuvas são abundantes e geralmente bem distribuídas durante o ano.

A vegetação são as florestas pluviais. Na zona do Equador elas são chamadas de florestas Equatoriais. Na áfrica central a floresta do Congo representa bem esse tipo de formação vegetal.

Clima tropical: temperaturas médias entre 18˚C e 25˚C e maior amplitude térmica anual em relação ao clima equatorial.

Clima tropical semi-úmido: se localiza no interior, apresentando duas estações bem definidas: verão acentuado e chuvoso e inverno moderado e seco.

Clima tropical úmido: menos quente que o equatorial, mas também com chuvas bem distribuídas.

Vegetação: A vegetação típica do clima tropical úmido são as florestas tropicais formadas por árvores de menor porte. Nas áreas em que o clima apresenta uma estação chuvosa e outra seca, a vegetação é formada pó campos, com arbustos e arvores dispersas. São as savanas, que cobrem grandes extensões africanas. No clima tropical de altitude, alem de savanas, há campos com formações vegetais efêmeras (aparecem quando o gelo se desfaz).

Clima mediterrâneo: No extremo norte da África, o clima é subtropical do tipo mediterrâneo, com seca no verão e chuvosa no inverno. Estende-se pela faixa litorânea da Líbia e do Egito, onde o ambiente torna-se semi-árido, com vegetação formada por plantas arbustivas e espinhosas.

Climas áridos: climas áridos ou desérticos apresentam escassez e irregularidade de chuvas e grande variação diária de temperatura. Dias quentes e noites frias. As plantas apresentam espinhos em lugar de falhas para diminuir a transpiração. As plantas são xeromorfas, que possuem formas adaptas à falta de água.

No sul do Saara, os estepes dominam essa paisagem, com uma vegetação rasteira formada por ervas baixas e gramíneas dispersas.

Desertos Africanos

Um terço da áfrica é constituída por regiões áridas, principalmente ao norte- o Saara- e no sudoeste do continente- o Kalahari.

Saara: Situado no norte da África é o maior deserto do mundo, superando o Brasil em tamanho. É um enorme depósitos de areai e rochas, cujo subsolo é rico em ferro, petróleo, gás natural e fosfato, favorecendo à exploração mineral.

Há lugares planos e elevados, que compõe planaltos rochosos; lugares com extensas dunas; e uma faixa montanhosa que integra a cadeia do Atlas.

Kalahari: Localizado no Sudoeste africano, com 600 mil quilômetros quadrados.O solo é pedregoso, e o subsolo rico em minérios como o diamante.

Oásis

Os Oásis são ilhas de povoamento que se formam junto a uma fonte natural de água em pleno deserto. O líquido aflui à superfície a partir dos lençóis freáticos originados da água das chuvas que penetrou nas camadas rochosas permeáveis, acumulando-se ao encontrar uma camada permeável.

4. Procedimentos

A aula será expositiva, com alguns dados no quadro negro. Iniciaria colocando data no quadro com titulo da aula, e começaria falando da localização da África um pouco de cada item e conforme o assunto, iria mostrando no mapa aonde se localizam os diferentes relevos, hidrografia, lagos, vulcões, clima e vegetação e dependendo até algumas ilustrações, principalmente de vulcões e tipos de vegetação.Depois de abordados e localizados cada item faria uma rápida explicação sobre os desertos africanos e os oásis, mostrando algumas fotos destes para uma mais fácil assimilação do conteúdo abordado.Sempre parando em determinados conceitos, perguntando se os alunos compreenderam ou quem sabe o que é tal conceito.Com respeito ã organização da lousa, colocaria apenas os tópicos e os principais itens de cada um, com uma pequena explicação na frente.

5. Recursos

Quadro-negro, giz, retroprojetor, mapa físico da África, de relevo, clima e vegetação. Ilustrações no retroprojetor de algumas paisagens e vegetação africana.

6. Avaliação

Será realizada uma atividade passada no quadro, para entregar na outra aula. Serão 5 questões abrangendo todo o conteúdo da aula.

-Dê a localização da África com as coordenadas geográficas que passam pelo continente.

-Quais os tipos de relevo predominantes?

-Cite os tipos de clima da África e descreva suas principais características.

-Quais as vegetações encontradas na África?

-Quais são os 2 desertos principais da África e o que são os Oásis?

7. Bibliografia

MOREIRA, Igor. Construindo o Espaço Mundial. Ed.Ática, 3ªedição, 1ªimpressão. 2002. Págs.130-141.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Relatório de Estágio de Observação

INTRODUÇÃO

O presente trabalho, proposto pela professora doutora Rosely S. Archela, na disciplina Ensino de Geografia e Estágio de Vivência Docente, tem por objetivo vivenciar a prática docente no ensino fundamental em escolas públicas. Neste caso, o colégio estudado foi o Colégio Estadual Hugo Simas, localizado no centro da cidade de Londrina-PR.

Foi observada a prática docente, como o professor faz o planejamento de suas aulas, atividades, trabalhos e avaliações. Foi analisado também questões como postura, didática, material utilizado, infra-estrutura do colégio e da sala de aula, e tudo que envolve o magistério e a educação, inclusive o comportamento dos alunos.

CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

O colégio em que foi realizado o Estágio de Observação de Vivência Docente foi o Colégio Estadual Hugo Simas, localizado na Rua PioXII, número 195, no centro da cidade de Londrina-Paraná.

O colégio conta com muitos funcionários como faxineiros, cozinheiros, seguranças, porteiros, secretários, professores, coordenadores, diretores, entre outros.

Quanto à estrutura física, o colégio ocupa quase um quarteirão, foi recentemente reformado, é um local muito bonito, bem conservado e organizado. Quando se entra no colégio, pode-se ver alguns trabalhos expostos de diversas disciplinas nos murais realizados pelos alunos. O ambiente sala de aula também é bem conservado, com carteiras razoavelmente confortáveis e comporta ,em média, pelo menos na sexta série, 40 alunos.

Os alunos utilizam o uniforme e ficam retidos na quadra do colégio enquanto aguardam o sinal para início das aulas. O que se pode notar nos alunos do colégio é que em sua maioria são alunos de classe média, diferente dos das escolas periféricas onde as rendas são mais baixas.

O colégio tem grande importância para o lugar onde está instalado porque abriga uma quantidade enorme de alunos, desde a primeira série do ensino fundamental ao terceiro colegial do ensino médio.

HISTÓRIA DE VIDA DO PROFESSOR

A professora que concedeu o estágio e quem a aula tive a oportunidade de observar está trabalhando neste colégio há menos de um ano, tendo iniciado suas atividades no início do período letivo de 2008, lecionando com turmas de 5ª série, 6ª série e 8ª série. Segundo ela, o livro didático é bom, mas não pode se prender totalmente a ele, devendo sempre ter alguma informação extra para passar aos alunos.

Tem alguns problemas em questão de disciplina com as crianças de 5ª série porque nessa faixa etária os alunos não se concentram muito, se dispersando constantemente, sendo mais trabalhoso manter a atenção de todos.

Já com a sexta série ela consegue lecionar melhor, sendo a oitava a mais difícil de lecionar, talvez pelo motivo de que esses alunos com faixa etária de 13 a 15 anos estejam entrando na sua adolescência, tem outras responsabilidades, hormônios em alta, e alguns outros problemas pessoais que também interferem no comportamento e aprendizado.

A visão que ela tem hoje do ensino do Brasil é que não é das melhores condições. Quando iniciou sua licenciatura queria mudar o rumo do ensino no Brasil, tentar melhorar a educação, porém afirma que não consegue, é muito difícil, as próprias regras das escolas não permitem. Ela diz também que até as Universidades não conseguem preparar o alunado para ser professor realmente, que essa experiência só se adquire através da prática, ensinando, ai sim se pode ter uma visão da realidade do ensino brasileiro.

Apesar do lado de não conseguir mudar o ensino ela leva sua profissão muito bem, gosta de estar ali dando aula, gosta de seus alunos. Como diz ela “vou tocando para frente”.

PLANEJAMENTO DE AULA

Com relação ao planejamento de aulas, vou fazer um apanhado geral de todas as matérias abordadas pela professora, e temas de aula, assim como o material utilizado e atividades.

As aulas duram 50 minutos, e os temas trabalhados foram com respeito à população e fuso horário, abordando senso demográfico, taxa de natalidade, taxa de mortalidade, expectativa de vida, mortalidade infantil, métodos anticoncepcionais e pirâmide etária. Todas as aulas foram anteriormente planejadas, a professora estuda o conteúdo em casa e faz um plano de aula, com tema, conteúdo, atividades de aula e para casa. Com relação às atividades de aula, foram dados questionamentos para os alunos responderem, exercícios no livro, avaliações, e depois no dia da entrega das mesmas foi mandado copiar a prova com a correção no caderno.

Com relação às lições de casa eram pedidas algumas questões para responder no livro ou questões realizadas pela professora na aula anterior, e na entrega ela dava visto na atividade e nas avaliações, onde era requisitada a assinatura dos responsáveis, para ter um controle de quem mostra as notas para os pais.

Quanto ao desenvolvimento do conteúdo, eram realizadas aulas expositivas, fazendo algumas ligações com a realidade do local e relacionando o que estava no livro didático com Londrina, além de algumas atualidades, como no caso do tema natalidade, que foi colocada a questão da China, onde há controle rigoroso de natalidade.

O material utilizado nas aulas foram os mais clássicos, como quadro negro, giz, livro didático e avaliações, mas foram utilizados em aulas anteriores ao inicio das minhas observações, jogos produzidos pelos próprios alunos e depois jogados por eles, que segundo a professora, contribuíram para assimilação do conteúdo e para a interatividade da sala.

RELATÓRIO DE AULA

Primeira aula:

A primeira aula de observação foi na segunda-feira dia 14/04/2008 às 13h30min com término às 14h20min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Ao adentrarem a sala de aula, os alunos estavam muito afobados, agitados, típico do comportamento de alunos com essa fixa etária de 11 a 13 anos, e talvez minha presença tenha causado um pouco de curiosidade por parte dos alunos, muitos vindo conversar comigo sobre de onde eu era e sobre o que pensavam da professora que estava lecionando.

A professora iniciou as atividades escrevendo no quadro negro a data e o assunto que seria abordado juntamente com as respectivas páginas. Logo em seguida, fez alguns questionamentos com relação à taxa de natalidade, taxa de mortalidade, expectativa de vida e mortalidade infantil.

Os alunos respondiam em seus cadernos aos questionamentos impostos em sala enquanto a professora ia dando visto de carteira em carteira nas atividades pedidas anteriormente (lições de casa). Após terminar os vistos ela retoma a aula corrigindo oralmente a atividade imposta.

O que achei interessante e bom para o aprendizado das crianças foi a professora sempre retomar algum conceito de aulas anteriores, deixando somente que eles respondam, sem responder primeiro, aí conforme os alunos respondiam, ela complementava com atualidades, relacionando o tema com a realidade, e assim os alunos iam assimilando melhor o conteúdo.

Por exemplo, ao tratar da natalidade, foi perguntado quantos filhos os avós dos alunos tinham naquela época, comparando com os de hoje e explicando o porquê dessa diferença atual do número de filhos por casal.

Ao término desta primeira aula, a professora mostrou alguns jogos feitos pelos próprios alunos em uma atividade anterior e que foram utilizados por eles próprios. Segundo a professora, essa atividade foi boa para absorção do conteúdo, e isso é muito bom, pois aproxima o aluno do professor, os aluno dos outros alunos, e desperta maiores interesses.

Os alunos são bem agitados em sua maioria, dispersam um pouco mas prestam atenção nas horas devidas.

Se estivesse lecionando no lugar dela, eu a realizaria similar com a forma que a professora trabalhou na sala de aula, apenas evitando perder muito tempo com o visto nos cadernos, já que esta atividade consumiu boa parte do horário da aula.

Segunda aula:

A segunda aula de observação foi na terça-feira dia 15/04/2008 às 13h30min com término às 14h20min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Iniciou a aula dizendo boa tarde, escrevendo a data no quadro e o conteúdo da avaliação que seria aplicada no dia 17/04/2008. O conteúdo seria sobre regionalização, população e fuso horário.

Logo após, deu visto nos cadernos e passou no quadro mais algumas questões para eles responderem continuando o tema população, porém agora tratando sobre métodos anticoncepcionais e fatores que contribuem pra o aumento da expectativa de vida. Como sempre, o assunto sexualidade desperta interesse dos alunos e gera muita polêmica, ocorrendo vários comentários na aula.

Hoje, a professora saiu um pouco do livro didático e deu algumas lições de atualidade, citando, por exemplo, o caso da China que tem um rigoroso controle de natalidade.

Chega a ser engraçado a vontade dos alunos de se expressarem, questionando por vezes coisas absurdas e impossíveis de ocorrer na vida real.

Após as discussões, a professora corrigiu as questões no quadro, escrevendo por extenso as respostas, facilitando o aprendizado do aluno.

Ao fim da aula ela partiu para a análise da pirâmide etária, fez a chamada e o sinal tocou, indicando o fim das atividades.

Terceira aula:

A terceira aula de observação foi no mesmo dia, com início às 15h10min e término às 15h55min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Neste dia tive a oportunidade de observar outra turma da mesma série, possibilitando analisar e comparar o comportamento de ambas as turmas.

A sala quanto a sua estrutura física é igual à outra, mesmo número médio de alunos, tipo de carteira, material, etc.

Iniciou as atividades assim como fez na outra turma, colocando o conteúdo da prova que seria aplicada na quinta-feira que também era o mesmo.

Segundo a professora, ela tem uma relação melhor com essa turma, sendo uma das melhores para se trabalhar.

Aqui pude perceber que os alunos das duas turmas têm comportamento similares, demonstrando que a faixa etária é que influencia no comportamento, pois são na maioria agitados e dispersam facilmente, fazendo com que a professora tenha que ter maior controle sobre os alunos.

As questões corrigidas foram as mesmas colocadas para a turma da aula anterior, corrigida oralmente e com complementações da professora. Ela sempre se mantém em pé durante toda a aula, mantendo boa postura, contribuindo para melhor controle da turma e transmissão do conteúdo.

Quarta aula:

A quarta aula de observação foi na quinta-feira dia 17/04/2008 às 13h30min com término às 14h20min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Hoje tive a oportunidade de observar um dia de avaliação.

Antes de entregar as avaliações, a professora explicou como seriam as regras da prova e leu os exercícios tirando duvidas sobre as questões.

Ao iniciar tive a oportunidade de receber uma cópia e analisar seu conteúdo. A prova era composta por 3 questões, sendo a primeira para relacionar 3 mapas diferentes do Brasil de acordo com as diferentes divisões regionais. A segunda questão era para completar os espaços, abrangendo os temas com respeito à população, como senso demográfico, natalidade, mortalidade, mortalidade infantil, expectativa de vida, diferença entre território povoado e populoso. Já a terceira questão refere-se a fuso horário, com um mapa mundi com o meridiano de Greenwich marcando 10 horas da manhã, tendo que dizer que horas eram nas outras cidades pontuadas no mapa mundi.

A professora se manteve em pé durante toda a avaliação observando os alunos e recebendo-as.

Quem terminava a prova ficava livre para fazer outras atividades desde que não atrapalhasse os demais.

Quinta aula:

A quinta aula de observação foi no mesmo dia com inicio as 14h20min e término às 15h10min, e ocorreu na sala de alunos da quinta série do ensino fundamental.

Com outra série pude observar a diferença tanto de conteúdo como de tamanho e comportamento dos alunos.

O que me assustou é que em uma diferença de 1 ano os alunos eram muito menores do que os encontrados na sexta série além de serem mais difíceis de controlar.

A professora iniciou as atividades dando visto na tarefa e colocando data no quadro.

O tema da aula foi fuso-horário, que é a série em que os alunos começam a aprender este assunto, com atividades no livro e respostas colocadas no quadro.

Os alunos de quinta série tem mais vontade de responder às questões impostas pela professora, porém a bagunça também é maior, fazendo com que a professora perdesse a paciência gritando várias vezes.

No final foi feita a chamada e a professora preferiu que apenas assistíssemos aulas de sexta série, porque os alunos da quinta ficam muito agitados com a presença dos estagiários.

Sexta aula:

A sexta aula de observação foi na terça-feira dia 22/04/2008 às 13h30min com término às 14h20min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Hoje os alunos estavam aflitos querendo ver a nota das provas, porém a professora ainda não as avia corrigido.

Logo em seguida, a professora i anotou no quadro a data da recuperação para aqueles que ficaram com nota baixa.

Os alunos que chegavam atrasados na escola tinham que ficar na biblioteca até o sinal tocar.

Hoje o tema da aula foi População novamente, mas abordou crescimento vegetativo e taxa de fecundidade. Passou algumas atividades no livro didático e os que iam terminando se dirigiam à professora para receber o visto.

Sétima aula:

Hoje, dia 22/04/2008 às 14h20min ajudei a professora na correção das provas, possibilitando ter uma compreensão de como fazê-la e como foi o desempenho dos alunos, já que vi um pouco do conteúdo, da revisão, e acompanhei a realização da prova.

O que pude notar foi que eles, no geral, foram bem, porém a maioria teve dificuldades em acertar o exercício sobre fuso-horário.

Oitava aula:

A oitava aula de observação foi na sexta-feira dia 25/04/2008 às 13h30min com término às 14h20min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Hoje foi o dia da entrega das avaliações. A professora depois de entregá-las, pediu aos alunos que copiassem a prova no caderno com as respostas certas que ela ia dando oralmente. Depois eles tinham que colar a prova no caderno e mostrar para os pais para pegar a assinatura e trazer para a professora dar visto. Isso serve para controle dos alunos e para saber se os pais estão cientes do andamento dos filhos na vida escolar.

Nona aula:

A nona aula de observação foi na segunda-feira dia 28/04/2008 às 13h30min com término às 14h20min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Esta aula foi apenas entrega das avaliações na outra turma de sexta série.

As atividades e os procedimentos foram os mesmos realizados com a turma da aula anterior.

Décima aula:

A décima aula de observação foi na terça-feira dia 29/04/2008 às 13h30min com término às 14h20min, e ocorreu na sala de alunos da sexta série do ensino fundamental.

Hoje era dia da prova de recuperação. A professora iniciou as atividades arrumando as carteiras e aplicando a prova, que substitui a menor nota de uma das duas anteriores.

Na primeira questão foi perguntado sobre o que é senso demográfico.

A segunda era para completar os espaços sobre densidade demográfica, natalidade, mortalidade, território povoado e populoso, e mortalidade infantil.

A terceira eram cálculos de densidade demográfica, tendo que, posteriormente, identificar onde essa densidade era menor e mais elevada. Um exercício muito bom para os alunos terem noção do que é a densidade demográfica e como são realizados seus cálculos.

A quarta e ultima questão achei bem interessante, pois era uma citação de um senhor que nasceu em 1935 e dava informações sobre o quadro de sua família (quantos filhos seus pais tiveram), e que 2 morreram no parto. Aí se abordavam questões sobre as condições de vida da época, porque algumas famílias eram numerosas, o local que eles viviam e o que influenciava na mortalidade infantil e no tamanho da família.

Enquanto a prova era feita, os que terminavam iam mostrando os cadernos para o visto de antigas atividades.

CONCLUSÃO

O que pude observar e consequentemente aprender sobre as condições de ensino brasileiro foi de que, apesar da boa infra-estrutura do colégio, ainda poderia ser melhor, disponibilizando mais recursos para facilitar o exercício docente.

Se eu estivesse lecionando no lugar da professora, eu não perderia tanto tempo fazendo a chamada no começo da aula, já que isso consome boa parte do tempo. Eu trabalharia o conteúdo até os 5 minutos finais de aula, quando efetuaria a chamada.

Com relação à didática, eu gostei muito, achei bem interessante e útil, já que ela exerce bem o controle das turmas e me parece que eles absorvem o conteúdo muito bem também.

As provas eram fáceis, mas abrangeram bem o conteúdo, porém, se fosse eu, tentaria explorar um pouco mais cada tema, talvez pedindo questões um pouco mais dissertativas.

O ensino público, ao menos no colégio que observei, é bom, tanto que até me surpreendi, pois tinha a idéia de que era extremamente precário, horrível, mas vi que era diferente, era um local de trabalho normal, com boa infra-estrutura e bons alunos, porém faltava um pouco de equipamentos como data-show por exemplo, que ajuda a transmitir conteúdos e chamar mais atenção dos alunos, e o livro didático poderia trazer um pouco mais de questões atuais.

Talvez nas escolas periféricas essa realidade seja diferente e não tenham condições tão boas quanto ao colégio visitado, que se situa na região central da cidade, mas pelo menos em relação a ele, a impressão que tive do ensino público foi boa.

Enfim, essa foi uma ótima experiência para se pensar a educação no Brasil e minha posição sobre o ensino. Certamente isso me influenciará na hora de escolher seguir ou não a carreira docente.